sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

PITERP - parte 2

Continuando a postagem sobre o PITERP, hoje falaremos sobre os primeiros resultados dos estudo feitos em 1978. Resultados que seriam reavaliados seis anos depois.

PRÉ-LOCALIZAÇÃO DOS TERMINAIS
Antes de chegar à pré-loclaização dos terminais, fez-se uma separação das rodovias que cortam o município de São Paulo em grupos. A separação ficou assim:

- grupo Norte  : SP 330 (rod. Anhanguera)
- grupo Leste  : BR 116 (rod. Dutra) e BR 381 (rod. Fernão Dias)
- grupo Sul     : SP 150 (rod. Anchieta) e SP 160 (rod. Imigrantes)
- grupo Oeste : SP 280 (rod. Castello Branco), SP 270 (rod. Raposo Tavares) e BR 116 (rod. Régis Bittencourt

A partir dessa separação, estabeleceu-se que deveria haver cinco terminais rodoviários:

* Terminal Leste
- atendimento às linhas intermunicipais do grupo Leste
- localização aproximada entre as avenidas Salim Farah Maluf e Aricanduva.

* Terminal Sul
- atendimento às linhas intermunicipais do grupo Sul
- localização próxima às estações São Judas ou Conceição do Metrô, no eixo da avenida dos Bandeirantes.

* Terminal Sudoeste
- atendimento às linhas intermunicipais do grupo Oeste
- localização na região do bairro Butantã, próximo às rodovias Raposo Tavares e Régis Bittencourt.

* Terminal Oeste (Barra Funda)
- atendimento às linhas intermunicipais do grupo Norte

* Terminal Norte (Tietê)
- atendimento a TODAS as linhas interestaduais e internacionais

PRÉ-DIMENSIONAMENTO
- Considerou-se um horizonte de dez anos.
- 60 plataformas de embarque para cada terminal
- demanda estimada em 6 mil partidas em 1990

O próprio estudo admite uma possível superavaliação, constatada na revisão do PITERP em 1984. Sobre essa revisão falaremos na próxima postagem, pois foi ela que baseou a configuração atual.

JABAQUARA, JÚLIO PRESTES....?
Interessante verificar que o estudo de 1978 não inclui o terminal Jabaquara (inaugurado em 77/78) para atender às linhas da Baixada Santista. Pelo contrário, sugere um novo terminal próximo às estações São Judas ou Conceição.
Não inclui também o Júlio Prestes, de propriedade particular e localização inadequada, no centro da cidade.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

PITERP - parte 1

Olá a todos!

Em postagens anteriores falamos do MITERP, o Manual de Implantação de Terminais Rodoviários de Passageiros que, elaborado na década de 70, estabelecia algumas diretrizes básicas para a construção desses terminais.
Pois bem, a partir de hoje falaremos de uma outra publicação técnica, baseada nas diretrizes do MITERP, que tratou a respeito do projeto de terminais rodoviários no município de São Paulo. É o PITERP - Plano Integrado de Terminais Rodoviários de Passageiros.

Elaborado em 1978 pela Companhia do Metropolitano de São Paulo ( METRÔ ), o plano tinha como objetivo a "pré-localização e pré-dimensionamento de terminais rodoviários de passageiros na capital para um horizonte de dez anos".
Foi a partir dele - e de sua reavaliação em 1984 - que chegou-se à configuração atual de três terminais ( Tietê, Barra Funda e Jabaquara ).

Situação do transporte rodoviário de passageiros em 1978
O primeiro passo descrito no estudo foi mapear a situação dos terminais rodoviários existentes à época, bem como a demanda atual. Chegou-se ao seguinte cenário:

* Terminal Rodoviário João Caetano ( Júlio Prestes )

Acervo Tony Belviso¹

- proprietário: Carlos Caldeira Filho;
- 2.400 partidas/dia;
- 48 plataformas;
- 64.800 passageiros/dia;
- área de desembarque feita em área pública;
- crescimento da demanda em 9% ao ano;
- acessibilidade por ônibus urbano;
- saturação das vias urbanas do Centro;

* Terminal Intermunicipal do Jabaquara ( TIJ )


Skyscrapercity²

- administrado pelo Metrô-SP;
- regional, atende Baixada Santista;
- acessibilidade por ônibus e Metrô;
- 18 plataformas de embarque e 6 de desembarque;
- 500 partidas/dia;
- 27 mil passageiros/dia

* Terminal Rodoviário do Glicério
- administrado pelo Metrô-SP;
- início de operação em Outubro/1978;
- provisório: homologado pelo DNER para um prazo de três anos;
- linhas longa : origem/destino nas regiões Norte/Nordeste e Norte de MG;
- 250 ônibus/dia (estimado);
- 7.000 passageiros/dia (estimado);
- 12 plataformas de embarque/desembarque;

Feito este mapeamento da situação em 1978, o próximo passo foi definir algumas diretrizes orientadoras, dentre as quais:
- multiplicidade de terminais rodoviários (descentralização);
- proximidade destes dos eixos de chegada e saída dos ônibus;
- localização em eixos de transporte de massa ( ferrovia e Metrô );
- localização mais próxima possível do sistema viário urbano principal;

Assim, chegou-se a uma metodologia a ser utilizada e apresentação dos primeiros resultados, com a pré-localização dos futuros terminais...

Referências/Links
"Comédia passageira", autora: Vanessa Bárbara, disponível em http://www.andredeak.com.br/emcrise/reportagem/reporthistoriatrt.htm

Classical Buses, autor: Alexandre Figueiredo, disponível


Frase da semana....
"A rodoviária não é a casa da sogra", Carlos Caldeira Filho, proprietário da Estação Rodoviária Júlio Prestes. (OESP, 31/1/1981)

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