Bom, 3.533 km depois de sair de Braço de Trombudo (SC), você finalmente chegou ao seu destino, a casa de sua sogra em São Francisco da Jararaca (PA). Mas na última parada você e outros sete passageiros comeram uma deliciosa coxinha...e agora ela está querendo sair. O banheiro do ônibus entupiu. E, depois de quase 15 minutos percorrendo metade da cidade até chegar à rodoviária em formato de jararaca (?), todos correm para o banheiro de lá. E eis a pergunta quer não quer calar: há vaso sanitário para todo mundo? Será que quem construiu o terminal dimensionou adequadamente o número de vasos sanitários em relação ao movimento do terminal? Se ele orientou-se pelo MITERP, é bem provável que sim.
Pois é, um dos principais capítulos do MITERP é o dimensionamento de terminais segundo sua classificação. E esse dimensionamento vai desde o número de vasos sanitários no banheiro masculino localizado na área de embarque (ver tabela), passa pela área de espera para ônibus (mangueira) e vai até o número de vagas no estacionamento para automóveis particulares.
* na foto, a antiga rodoviária de Campinas,saturada e dimensionamento de instalações inadequadas em relação ao grande movimento.
Quantidade de de vasos sanitários masculinos nas instalações para embarque | ||||||||
Classif. do terminal | A | B | C | D | E | F | G | H |
Área (m²) | 145 a 180 | 110 a 145 | 85 a 110 | 65 a 85 | 50 a 65 | 35 a 50 | 20 a 35 | 10 a 12 |
vasos sanitários | 12 a 14 | 10 a 12 | 8 a | 7 a | 6 a | 5 a | 3 a | 2 a |
Localização
Você percebeu que para chegar à grandiosa rodoviária de São Francisco da Jararaca, percorreu-se metade da cidade. Talvez nosso planejador quis proporcionar aos passageiros um "mini city-tour" antes de desembarcar. Mas não é o ideal. A boa localização do terminal é essencial para torná-lo atrativo para as empresas e assim garantir a demanda.
Segundo o MITERP, "o terminal deve atender satisfatoriamente aos:
- interesses dos passageiros : representado pelas condições de comunicação entre o terminal e as zonas urbanas ou metropolitanas onde se concentram a maior parte do mercado de passageiros, quer devido à proximidade física, quer pela possibilidade de integração com o sistema de transporte coletivo urbano;
- interesses das transportadoras : condições de acesso dos ônibus ao sistema rodoviário que converge à cidade - tempo de percurso dos ônibus dentro da área urbana - e ainda a distância entre o equipamento e as garagens da mesmas."
* na foto, vista de umas das plataformas do terminal rodoviário de Campos dos Goytacazes-RJ. O terminal está bem localizado às margens da BR 101, porém o precário acesso ao transporte coletivo urbano resulta no atendimento de algumas linhas rodoviárias até o centro da cidade.
Projeto Arquitetônico
Bom, uma rodoviária em formato de jararaca é meio estranho. Mas serve para introduzir outro capítulo do MITERP.
Segundo o manual, "o projeto arquitetônico deverá ser elaborado de maneira a possuir flexibilidade de funcionamento, a fim de permitir acréscimo nas instalações, sem que os mesmos, quando da sua execução, venham a interferir no funcionamento do terminal."
Um exemplo de acréscimo de instalações durante seu funcionamento é o terminal rodoviário da Barra Funda, em São Paulo (foto).
Depois tem mais!
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na próxima postagem sobre o Miterp
- Últimos capítulos: regimento interno, atividades comerciais (preparem os bolsos!) e controle estatístico.
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