sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Conheça o MITERP - parte 2

Bom, 3.533 km depois de sair de Braço de Trombudo (SC), você finalmente chegou ao seu destino, a casa de sua sogra em São Francisco da Jararaca (PA). Mas na última parada você e outros sete passageiros comeram uma deliciosa coxinha...e agora ela está querendo sair. O banheiro do ônibus entupiu. E, depois de quase 15 minutos percorrendo metade da cidade até chegar à rodoviária em formato de jararaca (?), todos correm para o banheiro de lá. E eis a pergunta quer não quer calar: há vaso sanitário para todo mundo? Será que quem construiu o terminal dimensionou adequadamente o número de vasos sanitários em relação ao movimento do terminal? Se ele orientou-se pelo MITERP, é bem provável que sim.

Pois é, um dos principais capítulos  do MITERP é o dimensionamento de terminais segundo sua classificação. E esse dimensionamento vai desde o número de vasos sanitários no banheiro masculino  localizado na área de embarque (ver tabela), passa pela área de espera para ônibus (mangueira) e vai até o número de vagas no estacionamento para automóveis particulares.

na foto, a antiga rodoviária de Campinas,saturada e dimensionamento de instalações inadequadas em relação ao grande movimento.


Quantidade de de vasos sanitários masculinos nas instalações para embarque

Classif. do terminal

 

A

 

B

 

C

 

D

 

E

 

F

 

G

 

H

Área (m²)

145 a 180

110 a 145

85 a 110

65 a 85

50 a 65

35 a 50

20 a 35

10 a 12

vasos sanitários

12 a 14

10 a 12

8 a
10

7 a
8

6 a
7

5 a
6

3 a
5

2 a
3


Localização
Você percebeu que para chegar à grandiosa rodoviária de São Francisco da Jararaca, percorreu-se metade da cidade. Talvez nosso planejador quis proporcionar aos passageiros um "mini city-tour" antes de desembarcar. Mas não é o ideal. A boa localização do terminal é essencial para torná-lo atrativo para as empresas e assim garantir a demanda.

Segundo o MITERP, "o terminal deve atender satisfatoriamente aos:
- interesses dos passageiros : representado pelas condições de comunicação entre o terminal e as zonas urbanas ou metropolitanas onde se concentram a maior parte do mercado de passageiros, quer devido à proximidade física, quer pela possibilidade de integração com o sistema de transporte coletivo urbano;
- interesses das transportadoras : condições de acesso dos ônibus ao sistema rodoviário que converge à cidade - tempo de percurso dos ônibus dentro da área urbana - e ainda a distância entre o equipamento e as garagens da mesmas."




* na foto, vista de umas das plataformas do terminal rodoviário de Campos dos Goytacazes-RJ. O terminal está bem localizado às margens da BR 101, porém o precário acesso ao transporte coletivo urbano resulta no atendimento de algumas linhas rodoviárias até o centro da cidade.





Projeto Arquitetônico
Bom, uma rodoviária em formato de jararaca é meio estranho. Mas serve para introduzir outro capítulo do MITERP.

Segundo o manual, "o projeto arquitetônico deverá ser elaborado de maneira a possuir flexibilidade de funcionamento, a fim de permitir acréscimo nas instalações, sem que os mesmos, quando da sua execução, venham a interferir no funcionamento do terminal."
Um exemplo de acréscimo de instalações durante seu funcionamento é o terminal rodoviário da Barra Funda, em São Paulo (foto).

créditos da foto: omnibuSalta

Depois tem mais!
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na próxima postagem sobre o Miterp
- Últimos capítulos: regimento interno, atividades comerciais (preparem os bolsos!) e controle estatístico.


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